PRAIA DO ARPOADOR
PRAIA DO ARPOADOR
por
José Plínio de Oliveira*
Olhai que se são filhos vossos, também são filhos de Adão. O que agora
nêles é modéstia, depois será soberba; o que agora nêles é ciência, depois será
ignorância, e tanto mais, quanto levantados de mais humilde fortuna.
Essas palavras do Padre Antonio Vieira, no Sermão da Terceira Quarta-Feira da Quaresma,
estudadas agora no contexto humano do Sertão
de Canudos traz à memória nestes tempos de hecatombes uma recordação de que
não é de bom alvitre postergar:
Corria a segunda metade da década de 1970
quando os postes de iluminação pública e paredes de imóveis do bairro do Jardim
Botânico na cidade do Rio de Janeiro – mais precisamente os da Rua Lopes
Quintas – passaram a ostentar cartazes impressos em que se lia o apelo patético
de uma mãe desesperada; nestes termos: “ADOTE
SEU FILHO, ANTES QUE UM TRAFICANTE O ADOTE”. Aquele texto causou enorme comoção
social e por aquela época circulava pelas áreas nobres do Rio de Janeiro uma
droga cara, requintada, rara e dita sofisticada, denominada LSD e que não teria
sido comercializada na cidade sem a cumplicidade corrupta de Agentes Públicos
do Estado. O LSD, apontada como substância injetável que, dadas as incidências
de aplicações, predominantemente nos braços dos usuários, produzia como que um
hematoma denominado “lacraia”, tido como signo distintivo da Aristocracia
Elegante que sabia “fazer a cabeça”.
Naquele contexto aristocrático, uma família
branca de classe alta da Zona Sul do Rio de Janeiro acabava de perder para as
drogas um filho bem nascido, de excelente formação escolar, agraciado com
futuro promissor garantido na pirâmide da estratificação social. O jovem veio a
óbito em consequência de uma overdose e a sua família sucumbiu na dor de uma
perda irreparável. Principalmente, o coração daquela mamãe parecia dilacerado
nos cartazes que passaram a ser distribuídos também pelos espaços públicos dos
bairros de Humaitá e da Gávea.
A bem da verdade, em face da
perda de uma vida promissora, a sociedade abomina o comércio marginal das
drogas; com razão; mas não aprofunda o debate sobre as pressões das demandas de
consumidores exigentes e muito poderosos que incidem sobre o narcotráfico. Quais
os mecanismos sutis de pressões e até de coações dissimuladas que incidem sobre
o comerciante de drogas, por parte de consumidores muito exigentes, poderosos e
insaciáveis? Quem estuda de forma imparcial essa realidade? Estamos habituados
com os significados dos confrontos armados, noticiados pelas mídias
capitalistas: operações espetaculosas da polícia em morros, favelas e demais
periferias sociais, porém, nunca em condomínios de alto padrão na Barra da
Tijuca, em São Conrado ou no Leblon. Será que nesses ambientes de alto luxo não
existem tráficos suntuosos de drogas elegantes? Entretanto, nos espaços oprimidos
de subsistências das periferias humanas abandonadas pelos Poderes Públicos, a truculência
tendenciosa do aparelho repressivo do Estado, contracenando com as mídias de
plantão, promove “trocas de tiros”, prisões de suspeitos e usuários de drogas, apreensões
de armas e volumosas quantidades de narcóticos. Em consequência crianças são
mortas por “balas perdidas” caminhando para as Escolas ou absortas em
criatividades lúdicas diante de barracos paupérrimos. E o que é mais grave
ainda: os telespectadores de telejornais estão sendo condicionados pelos
significados semióticos de imagens editadas de forma meticulosa, para creditar
ao Poder Público o cumprimento respeitoso da Lei. Os estampidos de fuzis
deflagrados pelo Estado vêm se tornando melódicos e substituindo o Hino
Nacional Brasileiro. Então como é possível pensar os significantes discretos e
metalinguísticos, transmitidos sob sigilo cauteloso para forçar atores sociais
marginalizados a permanecerem nas dianteiras do narcotráfico para suprirem as
necessidades das elites consumidoras? Como pensar a dor de uma mamãe pobre que
tem filhos menores empregados como “mulas”, “aviões” e “fogueteiros” para levar
pão e saciar a fome da prole? As respostas confiáveis a essas arguições somente
me foram dadas pelos jovens usuários de drogas da Praia do Arpoador.
Óbvio que não há como não se
persignar em face das lágrimas copiosas da mamãe do Jardim Botânico. Mas, como
pensar a dor histórica de uma mulher negra e escrava que teve filhos bebês
tirados do seu peito e vendidos como escravos mirins para nunca mais serem acolhidos
pelo seio materno? Como pensar agora a dor de uma mulher indígena que de forma
semelhante teve filhos retirados à força dos seus braços para serem levados a
internamentos forçados, a pretexto de serem “catequisados e civilizados”? Esses
crimes hediondos perpetrados contra a nossa Humanidade Negra e Índia, pensados
histórica e espiritualmente, refletem-se agora nas grandes metrópoles
brasileiras e até nos pequenos povoados do Sertão da Bahia. Pensar
dói!
A dor do pensamento pode levar ao
flagelo de reminiscências históricas, mas, sobretudo Espirituais. Também os negros,
os índios e os pobres são “filhos de
Adão”. Portanto, filhos do ESPÍRITO. E se essa filiação pode ser
considerada mítica; não obstante; implica reflexões hauridas do ESPÍRITO, ainda
que não se deseje fazê-lo por razões de presunção anátema e pretensa primazia
de Poder. Todavia, o fato histórico de que o Império das Drogas passou a dominar
o Rio de Janeiro de forma mais implacável naquela era fatídica de 1970 – com a
cumplicidade da sociedade e do Estado – é inegável. No caso da Zona Sul Carioca
milionária, elegante, sofisticada e glamorosa o Estado é subserviente e
capacho. Então, o Aparelho Repressivo do Estado que deveria combater todas as
formas de crimes aviltantes – inclusive o narcotráfico – para atender as
expectativas de supremacia da Sociedade Dominante, passa a se promiscuir de
forma espúria com as estruturas privilegiadas do próprio crime, ficando a ele
“arregado” e passando-lhe a fornecer drogas e armamentos apreendidos em
operações policiais. Podendo vir a fornecer-lhe materiais radioativos
alternativos para ações mais ousadas e desafiadoras. Dessa forma, naquele
contexto da Zona Sul do Rio de Janeiro em que trabalhei como policial militar, havia
algo a ser refletido: como imaginar, por exemplo, jovens abastados, alunos dos
colégios Americano e Santo Inácio submersos não lamaçal das drogas, em
detrimento da mais elevada Educação Escolar que recebem? Dessa forma deplorável
“o que agora nêles é ciência, depois será
ignorância”. Uma “ignorância” capaz
de cooptar para as drogas e para o crime jovens que desde a adolescência ganham
presentes milionários de pais ou demais parentes muito ricos: automóveis
importados, apartamentos para receber amantes, mesadas, motos possantes, férias
no exterior; também surfando no Recreio dos Bandeirantes e no Grumari, residindo
em mansões requintadas, suntuosíssimas, por exemplo, na Estrada do Juá ou no
Alto Gávea. Mas, não obstante, indo prostrar-se aos pés de traficantes em
guetos imundos das bordas periféricas de favelas cariocas, onde ficava mais
fácil escapar da encenação repressiva da polícia. Ali predominando obstáculos
físicos e esgotos repugnantes, retendo dejetos humanos misturados a restos de
alimentos deteriorados ao extremo e esvurmando miasmas a céu aberto, além de
proliferações de ratos, cães e gatos purulentos e insetos repugnantes de todas
as espécies onde jovens iam “tomar pico”, “cheirar pó” e fumar maconha.
Observado in loco, o quadro é
dantesco e refletido agora daqui desta área de influência direta do Sertão de Canudos onde vivo sob a égide
da Memória Espiritual de Antonio Conselheiro, penso que não pode haver quem
observe aquele quadro e não se persigne perante a dor comum a todos os Seres
Humanos. Muitos daqueles meninos, trajando roupas de grifes caríssimas, jazendo
na lama e, inúmeras vezes, abandonando palacetes de alto padrão de luxo em
bairros nobres do Rio de Janeiro para viverem em barracos abjetos de bordas periféricas
de favelas, integrando-se a facções criminosas; propensos a executarem crimes
hediondos sem precedentes na história.
Mães e pais da Nobiliarquia
Carioca! “Olhai que se são filhos vossos,
também são filhos de Adão”. Portanto, filhos da VIDA, como os demais seres
HUMANOS, demasiado HUMANOS! As crianças negras que têm sido mortas por “balas
perdidas” nas favelas do Rio de Janeiro também são filhas de Adão! Logo, que importância tem a VIDA
para a Aristocracia Carioca? Como entender a truculência hedionda de uma Madame
Branca que humilha uma empregada negra – o que é um assassinato simbólico – por
ter encontrado nos aposentos luxuosíssimos de seu filho presumido asséptico,
elegante e surfista sarado um
fragmento microscópico de poeira em um móvel singular. Tendo o próprio filho
naquele momento, sem que a mamãe saiba, escornado no chão imundo de um barraco
miserável de favela; curtindo uma “lombeira química” e implorando mais doses a
um amigo narcotraficante?” Espíritos debilitados e extenuados, era a realidade
daqueles jovens dependentes químicos para o observador consternado. Situação a
que podem decair também pessoas de toda e qualquer etnia, nacionalidade, classe
social, formação escolar ou ausência desta; profissão, condição financeira e
etc. Quando a polícia conseguia transpor barreiras, alcançando guetos em que se
achavam prostradas e inertes aquelas pessoas enfermas, ao invés de providenciar
socorro médico de direito, assaltava-as, roubava-as, achacava-as, extorquia-as,
despojava-as. Prevalecia uma cultura oficial do Estado no Rio de Janeiro que
confundia doente químico com marginal e a norma da Instituição Oficial é roubar
o delinquente. O doente químico em estado grave não tem condições de queixar-se
à polícia de que a polícia o assaltou e roubou. O que podem fazer na perspectiva
da erradicação dos flagelos das drogas e do Crime Organizado Policial a
sociedade e o Estado? Somente a repressão pela repressão é insuficiente e até agrava
o problema pela força da corrupção, da promiscuidade e do crime. Portanto,
respeitadas as prescrições e os estudos das Ciências Médicas Atuantes,
Competentes e Especializadas no tratamento de dependentes químicos, fica
evidente que o nosso próprio mundo contemporâneo jaz como que também intoxicado
por drogas em uma crise Espiritual muito profunda e gravíssima que não pode ser
pensada no sentido meramente religioso, mas existencial mesmo. Deparei-me
perante esta convicção ouvindo jovens usuários de LSD no trabalho de
policiamento ostensivo também na Praia do
Arpoador, na confluência narcótica entre os bairros de Copacabana e
Ipanema. São revelações que familiares, médicos, terapeutas, religiosos e
membros do Poder Judiciário não têm acesso. Infelizmente! Entretanto, em face
da escuta sensibilizada da minha
parte, não se trata aqui de um discurso de denotação crítica, moral, casuística,
político-patidário, perfeccionista, ideológico e etc. mas de plenas convicções
Espirituais naquilo que me é Espiritualmente possível.
Eu me explico: levado pelo vendaval
da Diáspora Caatingueira, como tantos
outros nordestinos, descambei do Sertão da Bahia para a região Sudeste do
Brasil, aos 19 anos de idade, como uma espécie de pródigo; saído do âmago de
uma Sociedade dos Vaqueiros não
conservadora, mas sábia e profundamente preservadora de Valores Espirituais. Sendo
eu, portanto, neto de fazendeiro, criador de gados, boiadeiro e dono de tropas
de burros, fui parar no Estado da Guanabara “sem
lenço e sem documento, caminhando contra o vento”. E naquela unidade da
federação arrumei um emprego de soldado da Polícia Militar. Na verdade, além de
ter emprego e renda eu pretendia estudar para completar o que em mim foi
iniciado desde a mais tenra idade pela minha avó materna, Dona Elvyra Neri
Praxedes; de Saudosa Memória. Mãe e Mestra no sentido mais estrito do termo
explícito. Pessoa de elevada cultura, dispondo de um acervo bibliográfico
considerável e de uma formação cristã-católica praticante de elevado nível
Espiritual e cívico. Entretanto, o meu avô materno, Martiniano José Praxedes,
em torno de quem vivíamos, apesar de consideravelmente rico para a nossa região
caatingueira, era semianalfabeto. Por isto, eu queria tanto estudar.
Somente para esclarecer, nasci
no atual município de Biritinga, antiga Manga, no Estado da Bahia, que foi
distrito do Município de Serrinha, antes da emancipação. Principalmente, nasci
e vivi parte da vida na Fazenda Gameleiro em Biritinga, mas por erro fortuito e
displicente do meu pai, fui registrado como tendo nascido em Aramari; aqui
mesmo na Bahia.
Em Biritinga e principalmente no contexto da
comunidade, a nossa formação religiosa não era piegas nem supersticiosa, mas
afirmada em bases muito sólidas e muito lúcidas. Dessa forma, no contexto
biritinguense, as primeiras e fortes lições que me foram ministradas
propugnavam sempre pela solidariedade, pela comum união, pela compaixão pelo respeito
à VIDA em toda a sua plenitude. Fazer o
bem sempre e sem olhar a quem. Por isto, a Escola de Biritinga afirmava
valores inabaláveis e predominantemente cristãos-católicos; óbvio que sem
procrastinar em prejuízo de outras leituras, inclusive científicas, filosóficas
e seculares.
No tempo da minha infância, havia em Biritinga
uma antiga e respeitada Professora e Pensadora Cristã conhecida como
Professorinha. No dizer da comunidade, ela tinha sido formada em uma das mais
competentes escolas católicas de Salvador; não cheguei a ser seu aluno na
Escola regular, mas fui seu discípulo nas preleções e ensinamentos que
ministrava na Igreja Matriz de Nossa Senhora de Belém. A melhor Escola da minha
vida. Assim, naquele ambiente de formação religiosa, a Irmandade do Sagrado
Coração de Jesus teve uma missão sábia e preponderante na edificação da
Dignidade da Pessoa Humana. Essa Instituição Católica, se bem estudada em
termos de ciência séria, contribuirá sobremaneira para a humanização da
sociedade contemporânea. Antes do meu tempo, atuaram na Escola de Biritinga as
Professoras Maria Izolina e Maria Amália Sento Sé. Deixaram história de reconhecida
competência pedagógica e elevada primazia do Pensamento. Maria Amália Sento Sé
veio da região de Juazeiro da Bahia para trabalhar com o nosso atento povo. Mestras
e Pensadoras Competentes, Sábias e Admiráveis trabalharam muito na Educação Integral
do povo de Biritinga.
A Escola do Pensamento de
Biritinga era amplamente aberta a todas as demandas sociais, étnicas e humanas,
não fazia acepção de pessoas e tinha como objetivo precípuo a Formação Cristã
de notável hiperdulia. Esta que não se restringia ao resguardo piegas e
supersticioso, muito ampliava os ensinamentos catequéticos, abrangendo noções
de cidadania e convicções Humanas, Espirituais e Cívicas. Em Biritinga entrei
em contato com a Bíblia Sagrada e a Constituição da República Federativa do
Brasil, a Carta Magna do Brasil. Naquele contexto saudável de formação cidadã, aprendi
a respeitar as Instituições Oficiais do Estado e, sob certos aspectos, a
reverenciá-las como sendo verdadeiras, justas, dignas, austeras e completas. No entanto, foi no exercício da função
policial militar que todos os valores exponenciais e civilizados, consagrados a
Leis, Estado de Direito, Constituição Federal, Justiça, Incolumidade e decoro
Institucional caíram na lama abjeta. Era o período da Ditadura Militar.
Portanto, toda a formação adquirida no seio familiar e ministrada pela escola
do Estado foi degradada e deplorada pelo próprio Estado nos âmbitos castrenses.
Nestes âmbitos ditos institucionais, o Estado dito de Direito comete um delito
torpe, leva o soldado PM por ocasião da sua formação profissional a prestar Juramento à Bandeira Nacional do Brasil,
símbolo por excelência da Pátria Brasileira; sem que o Estado reflita sobre o
significado desse compromisso cívico-moral e psicológico. Sem nenhuma sombra de
dúvida, esse é o motivo por que inúmeros companheiros passem a matar de forma
indiscriminada e a agir com extrema violência no exercício do Serviço Público, a
integrar a vida do crime, a sucumbir nas trevas das doenças mentais e a cometer
suicídios.
O Juramento à Bandeira Nacional do Brasil, sem nenhum jaez exacerbado
ou extremismo utópico tem um peso moral e psicológico assaz decisivo sobre o
caráter intrínseco do indivíduo. Porque esse ato solene pode nortear por toda a
vida a conduta do agente público perante a sociedade civil, perante a Lei e o
Estado. Tanto porque ao longo da formação na escola policial militar os
“instrutores” oficiais não têm o menor escrúpulo de ministrar aulas sobre
Constituição Federal, Código Penal, Código Civil, Direitos da Pessoa Humana e
Deveres da Cidadania; o que negam depois frontalmente nas práxis delituosas das
casernas. Nestes ambientes, somos incapazes de dizer que tipo de entidade
lógica é o Estado de Direito conspurcado pelo Crime Organizado Oficial Policial
Militar. Ainda não se construiu um enunciado ou proposição expressa por enunciado
que esclareça a lógica jurídica do Estado de Direito e uma pragmática
interpretativa da lógica desse Estado proposta pela sociedade, vítima do Crime
Oficial. Dessa forma, a metalinguagem do Crime Oficial ofusca a letra da Lei, a
Palavra da Lei, ameaça a sociedade civil e institui o crime como práxis da
lógica castrense. O mais inconveniente é que nem sequer existe por parte da
sociedade civil organizada uma preocupação clara no sentido de trabalhar pela
erradicação do Crime Institucionalizado. Talvez o fato de termos vivido por
longo período submersos em trevas hediondas, sob a égide do Regime Militar, nos
faça esmorecer o Espírito da Cidadania e do Direito.
O Regime Militar do Brasil em pleno
autoritarismo corrompeu, aviltou, deplorou, conspurcou, vilipendiou, depravou,
prostituiu e ainda fez promiscuir ao extremo o Ordenamento Jurídico do Estado,
a Constituição Federal, os demais Diplomas Legais e outras Instituições
Oficiais, e ainda toda a aparelhagem ideológica do Estado de Direito. A
escalada da violência e a proliferação do narcotráfico conquistaram grandes
espaços privilegiados nos próprios quartéis. Na então 2ª CIPM (Segunda
Companhia Independente de Polícia Militar), sediada em Queimados na Baixada
Fluminense, sendo região considerada prioridade para a segurança pública,
funcionou por muito tempo com plena supremacia hierárquica uma autoritária e
violentíssima quadrilha de narcotraficantes, responsável pelo fornecimento de
pasta básica de cocaína pura aos morros e favelas do Rio de Janeiro e de São
Paulo. Aquela organização criminosa era liderada pelo Oficial PM Chefe da P/2,
que era – inclusive – a Seção responsável pelas investigações e combate ao
tráfico de drogas. A situação atingiu tamanhas proporções que aquela Facção do
Crime Organizado Oficial Policial Militar desfalcava e corrompia os serviços de
patrulhamentos, desviando viaturas para transporem as barreiras de pedágios da
Via Dutra, transportando narcóticos para as bases do varejo. A logística do
Estado de Direito era submetida às demandas do Crime Oficial. O subalterno que
tivesse provas robustas e irrefutáveis daqueles crimes hediondos e de forma
cabal tomasse a iniciativa de denunciá-los, se não fosse assassinado, seria
punido de forma “exemplar” nos termos do Regulamento Disciplinar da Polícia
Militar por haver “censurado atos superiores”.
Comentava-se nos quartéis da PM
do Rio que na proporção em que os militares do Golpe trucidaram, tripudiaram,
dilaceraram e prostituíram a Constituição da República Federativa do Brasil de
1966 que eles mesmos promulgaram; transformando as casernas em antros de
torturas, assassinatos, sevícias, empalamentos, extorsões, assaltos, roubos,
corrupções e achaques; passaram a oferecer ao Narcotráfico e aos seus axiomas
criminosos status quo de Poderes
Soberanos. Também na Guerra de Canudos,
os militares perpetraram nefandas barbáries que, além de superarem as do
Nazismo, matariam de vergonha o troglodita cruel e macabro Adolf Hitler. Ainda
hoje populações remanescentes do Movimento de Antonio Conselheiro guardam de
memória as atrocidades que lhes foram legadas pelos antepassados. Os Judeus têm
sido reconhecidos e reverenciados pelos padecimentos horrendos a que foram
transtornados, através de Monumentos, Memoriais, Museus e outras instâncias
universais. O Povo de Antônio Conselheiro que padeceu tanto ou mais que os
Judeus, não. Ainda não há iniciativa relevante de repercussão universal que
erga um Monumento ao HOLOCAUSTO DE
CANUDOS.
Nos últimos tempos, as
sociedades sofrem as consequências do Golpe Militar que apoiaram ou que por ele
foram submetidas e constrangidas à omissão letárgica. Se agora pois, há
corrupção endêmica, truculência e violência policial militar no Rio de Janeiro,
decorrem daquele período macabro. Eu fui testemunha ocular. Imaginem um cidadão
formado pela Escola de Biritinga integrando os quadros da Polícia Militar do
Rio de Janeiro quando essa era responsável pelas execuções do trabalho sujo de
interesse do Regime. Foi assim que conheci os interstícios do Crime Organizado
Oficial e, por grave consequência, as catástrofes humanas que incidiam sobre a
sociedade civil; grande parte socializadas pelos jovens consumidores de LSD na Praia do Arpoador.
O que é me constrangia e
persignava no Rio de Janeiro? A antítese absoluta de todo o conhecimento
Cristão adquirido em Biritinga!
Nos quartéis da Polícia Militar
do Estado da Guanabara e depois do Rio de Janeiro conheci os piores bandidos
que atormentavam a sociedade e transtornavam a segurança pública dentro dela
própria: traficantes de drogas, pederastas, pedófilos, ladrões, assaltantes,
falsários, contrabandistas e até exploradores de lenocínio homossexual. Mas
também conheci e convivi com muitos e vários policiais militares honestos,
dignos, justos, íntegros; no sentido estrito do termo, mas, porém, acovardados,
amedrontados, e omissos, amordaçados pelo Regulamento Disciplinar da Polícia
Militar. O temido RDPM.
O famigerado Regulamento
Disciplinar da Polícia Militar – o RDPM – é um Diploma Legal manipulado como
instrumento da corrupção, da covardia e do crime nos ambientes dos quartéis. Dessa
forma espúria e torpe, o BANDITISMO OFICIAL, com fulcro no RDPM, forja e
fabrica “transgressões da disciplina” para achacar e extorquir subalternos à
guisa de isentar-lhes de punições. Sob os ônus persuasivos dos Bandidos
Oficiais, os soldados PM passam a achacar e a extorquir a população civil:
infratores, contraventores, traficantes, usuários de drogas, ladrões,
contrabandistas e até prostitutas e homossexuais da Central do Brasil, da Praça
Tiradentes, da Cinelândia e dos guetos obscuros do Bairro da Lapa, para
assegurarem pagamentos de propinas a superiores hierárquicos nos espaços das
casernas. Doutra forma prática, sob os ônus de perseguições implacáveis com
fulcro no RDPM, alguns soldados eram constrangidos a submeterem-se a assédios
homossexuais dos seus superiores hierárquicos para imunizarem-se das perseguições
ditas legais e regulamentares. Outros recorriam a intercessões de
narcotraficantes das elites sociais, contraventores penais influentes e grandes
contrabandistas que exerciam plenos poderes sobre comandantes de quartéis da
Polícia Militar, para cessarem as atrocidades “regulamentares” de que eram
vítimas. Naquela perspectiva de dominação, um telefonema de um poderoso
Banqueiro do Jogo-do-Bicho em socorro de um soldado PM retaliado e covardemente
perseguido tinha muito mais eficácia do que um dispositivo institucional da
Carta Magna Nacional do Brasil ou de qualquer outro Diploma Legal. A propósito,
era sabido nos quartéis que existia uma chamada Caixinha do Comando-Geral que era abastecida financeiramente por
comandantes de unidades da PM, para assegurarem os seus cargos, com recursos provenientes
do Jogo-do-Bicho e de outras fontes ilegais.
A Cultura Oficial Castrense
vislumbra o soldado PM como um ente acéfalo, burro e idiota, incapaz de pensar,
sentir, refletir e dele se utiliza como instrumento de práticas de crimes, e
para explorações financeiras; arquitetando “transgressões disciplinares”, visando
a achacá-lo, extorqui-lo, roubá-lo e marginalizá-lo. Por exemplo: no meu
período de serviço, a tropa era ordenada em forma nos pátios dos quartéis, sob
pretexto de ser devida e minuciosamente inspecionada, coagida e pronta antes de
mobilizada para o policiamento ostensivo nos logradouros públicos. Essa
“inspeção” consistia em oficiais PM de cabelos grisalhos circularem pela tropa
em forma, enfiando as mãos de maneira vergonhosa pelas braguilhas dos soldados
para verificarem se achavam-se hermeticamente fechadas. Havia uma verdadeira e
ridícula obsessão promíscua nesse sentido. Outra prática ainda mais leviana e
promíscua, consistia em oficiais PM acariciarem as faces dos soldados com
mechas de algodão para certificarem-se de que as barbas estavam “bem feitas”.
Isto sem falar das exigências para com os cortes de cabelos e etc. Tudo com o
objetivo de forjar situações de punições, mas isentando o “transgressor”
mediante pagamentos de propinas.
Ora, presumidas as atribuições constitucionais
da Polícia Militar, constatar indivíduos detentores de patentes, com
privilégios abusivos nas esferas do Estado é, no mínimo constrangedor, vê-los
declinar a níveis tão ridículos, quando deviam estar empenhados na melhoria
científica, tática e técnica da qualidade administrativa da corporação,
desenvolvendo estudos e pesquisas científicas nas áreas de interesse da
Segurança Pública, ao invés do emprego em apalpar órgãos genitais de
subordinados e acariciarem as seus rostos. É imprescindível levar em
consideração que o cidadão que presta concurso público e ingressa nos quadros
do Estado para servir à Lei e à sociedade tem a obrigação de saber cuidar da
sua higiene pessoal; condição sine qua
non para o exercício da função que lhe é confiada para labutar com o grande
público. Porém, a depravação assaz extrema da corporação policial militar por
parte daquelas potestades que deviam inspirar exemplos, pode levar a realidades
catastróficas.
Aquela realidade de extremadas e abjetas promiscuidades
foi então se tornando tão grave que em meados da década de 1970 uma quadrilha torpe
de oficiais PM do 2º Batalhão de Polícia Militar,
sediado no Bairro de Botafogo, mais precisamente na Rua São Clemente, nº 345, passou
a achacar soldados de tal maneira que um dos colegas foi constrangido a assassinar
um oficial bandido nas próprias dependências da caserna; um outro oficial
também bandido – comparsa do que foi morto – teve que pedir baixa da Polícia
Militar para não morrer. Era “a bola da vez”. Seguiu-se dali uma onda de mortes
nas dependências daquele quartel; até que na calada da noite de um meio de
semana um companheiro politizado e revolucionário praticou um atentado contra o
gabinete do comandante, e então a partir daquele momento instaurou-se um clima
de insegurança absoluta naquela dita organização policial militar. Os soldados
estavam em franca revolta contra o banditismo oficial. As arbitrariedades, os
delitos; abusos de corrupções, o violento e covarde Narcotráfico Oficial, assim
tanto como outras demandas criminosas ameaçavam as Vidas humanas. Alguns dias
depois, passaram a circular “a boca pequena” nos bastidores do quartel que alguns
companheiros mais politizados planejavam um atentado de proporções hecatombicas
naquele âmbito, empregando material radioativo alternativo de elevado risco de
letalidade e contaminação na Zona Sul do Rio de Janeiro. Aquele plano ultra
macabro deixou-me perplexo e assaz transtornado; a Espiritualidade Caatingueira falou-me mais profundamente. Então
passei a argumentar com os colegas mais próximos e mais politizados – embora não
soubesse de onde partia o intento – esclarecendo sobre os danos a serem
causados à população civil. Nunca pude saber se os meus apelos patéticos foram
considerados, mas os meus argumentos foram ouvidos com profundo respeito.
Se a INSTITUIÇÃO MILITAR NO BRASIL preserva
alguns valores de caráter constitucional, as Polícias Militares deploram-nos.
Na verdade, a Cultura Castrense
Policial Militar, além de deplorar os princípios constitucionais da INSTITUIÇÃO
MILITAR ainda impõe o ódio mortal e macabro entre soldados e oficiais. Aliás,
esse ódio é imposto pelo Regulamento Disciplinar, abrindo caminho para que o
soldado se relacione melhor com as potestades do Jogo-do-Bicho, do contrabando
aristocrático, também, do narcotráfico sofisticado e elitista, de outros crimes
de “colarinhos brancos”. Estes, ofereciam gratificações aos soldados PM,
auxiliava-os em suas necessidades, impunham e exigiam dos comandantes dos
quartéis o fim de perseguições e retaliações covardes. Lembro-me de que certa
feita, falando do Sr. Natal da Portela, um colega socializou-me: “aquele homem
é um pai!” O Sr. Natal da Portela – de Saudosa Memória – prestou ajuda a
inúmeros soldados PMs; inclusive pagando funerais de seus familiares,
socorrendo-os financeiramente, fornecendo-lhes medicamentos, gêneros de alimentos
e libertando a muitos de perseguições implacáveis nos quartéis da PM por parte
de oficiais pederastas que lhes impunham assédios homossexuais. Naquela época,
cheguei a tomar conhecimento de que em consequência daquelas práticas de
assédios, alguns companheiros chegaram a cometer suicídios.
“...Com
um braço só / já dei tapa em vagabundo / dei a volta pelo mundo / mas também já
fiz o bem / Com um braço só / vou viver a vida inteira / mandando em Madureira
/ em outras terras também / Com um braço só / eu comando na Avenida / a minha
Portela Querida / e que me quer tanto bem”.
Aquelas relações amistosas, saudáveis e
solidárias com benfeitores sociais civis – pelo que pude constatar na época –
possibilitavam que informações privilegiadas, secretas e sigilosas levantadas
pela soldadesca “esperta” da PM chegassem às mãos daqueles benfeitores e jamais
às hostes hierárquicas da PM. O soldado da PM, no exercício do serviço, circula
de Engenheiro Pedreira a São Conrado, da Zona do Baixo Meretrício ao Palácio
Guanabara; que às vezes não difere muito; portando, reúne uma fortuna considerável de informações
preciosas. Além do ódio mordaz, voraz, sórdido e fossilizado entre soldados e
oficiais da PM, as grandes barreiras sólidas e estratificadas pela soberana
hierarquia castrense, prescritas pela legislação regulamentar, impunham
obstáculos pétreos intransponíveis; ainda que em detrimento da Segurança Pública
e no interesse da erradicação e profilaxia das patologias narcóticas.
Em uma enorme megalópole como a
cidade do Rio de Janeiro, o soldado PM pensante, empregado no policiamento de
rua e, principalmente na Noite Carioca,
por analogia, pode ser comparado a um pesquisador arguto e meticuloso que
realiza uma perfuração cilíndrica na parte mais central da cidade, alcançando
profundidades magmáticas, e depois, descendo até ao magma passa a ler a
metrópole das profundezas abismais para a superfície. Realizando a leitura de
baixo para cima, o indivíduo passa a conhecer todas as mazelas, todas as
contradições, as máculas, deteriorações, as putrefações da sociedade e das suas
Instituições presumidas austeras e
completas; às vezes visando a tirar proveito; porque do fundo da cidade todas
as máscaras e maquiagens se diluem, todas as fachadas se degradam. O austero
conceito exponencial de Autoridade Constituída é uma grande farsa. Por exemplo:
o soldado PM está patrulhando alta noite o Aterro
do Flamengo quando vislumbra um automóvel oculto estacionado e em seu
interior um indivíduo mantendo relações sexuais orais com um menino de rua. O
soldado PM vai rastejando como uma serpente para chegar de surpresa e logo consumar
o flagrante. Mas, no entanto, ergue-se da alcova improvisada o pedófilo e exibe
uma carteira funcional de desembargador do Egrégio Tribunal de Justiça, por
exemplo. Vociferando: “Sabe com quem está falando? Vou ligar para o teu
comandante, vou te prender e te botar na rua!!!” Na manhã seguinte, uma
autoridade daquela espécie aparecia na TV para defender a soberania da Lei e
proclamar discurso sobre os valores imarcescíveis da moral e dos bons costumes,
ostentando-se como chefe de família e autoridade íntegra.
Era a realidade concreta de
inúmeros soldados da Polícia Militar. Infelizmente! Além de muito
desmoralizada, muitas vezes pelas próprias Autoridades Constituídas, a Polícia
Militar era um aparelho moroso, arcaico, ineficiente, autoritário, reacionário e
arbitrário com soldados, pobres e negros. Como é possível uma instituição com a
mentalidade do século XI garantir segurança a uma sociedade do século XXI? Estas
recordações levam-me ainda a pensar Espiritualmente os jovens doentes químicos
da Praia do Arpoador como meus filhos
muito Amados. Na Praia do Arpoador
toda a Espiritualidade que apreendi na Escola de Biritinga foi posta à prova.
A Praia
do Arpoador é um esplêndido acidente geográfico já na entrada da praia de Ipanema.
É uma espécie de península rochosa que avança mar adentro deixando o seu dorso
descoberto e disponível a mobilidades e contemplações. Pelo entardecer, o ocaso
oferece um espetáculo de raríssima beleza. O Sol se põe gradativa e lentamente
diante da enorme pedra como que mergulhando preguiçosamente no mar. Na verdade,
o Sol tardio vai sendo diluído na água, dourando-a como a uma obra barroca.
Então as ondas açoitam o ouro diluído contra a rocha e naquele momento: seringa
e ampola em punho, os meninos ricos começavam a “tomar pico”.
Estávamos na era do Movimento Hippie e
aqueles jovens cariocas cabeludos e barbudos. Na verdade, “Cariocas da Gema”,
assim como que levantados de mais humilde
fortuna. Magérrimos, lentos, trajando roupas exóticas e simplórias; adornados
de colares e pulseiras feitas pelas suas próprias mãos artísticas; vinham
chegando ao Arpoador curvados como
que inclinados sob o peso oneroso dos seus colares artesanais e em procissão.
Inofensivos, cumprimentavam-me. Eu me achava ali na praia exercendo o
policiamento ostensivo. Com o tempo, tornamo-nos Amigos de muitos deles que,
muitas vezes, paravam para trocarmos “dois dedos de prosas”. Dali em diante, fui
entrando na esfera das possíveis causas que os condicionavam ao consumo de LSD
e outras drogas. Portanto, a principal causa que me foi explicitada por aqueles
jovens que me convenceu demasiado claríssima; salvo melhor entendimento; é a
Família.
A família Aristocrática Capitalista Carioca
dispõe de pouco tempo para dar atenções afetivas a seus filhos. Por isso, as
Instituições Oficiais do Estado, inclusive o Aparelho Repressivo, devem ter
muito cuidado ao labutar com o doente químico. Para a família da alta
sociedade, em muitos casos, rompendo-se o cordão umbilical físico, rompe-se o
Espiritual e a criança deve ser entregue a uma babá, porque são muitos os
compromissos sociais atribuídos às Aristocracias: academias de estética,
institutos de beleza, casas noturnas, clubes, recepções, festas, viagens,
orgias desregradas, bacanais depravados, trocas de casais e etc. A babá que
substitui a mãe biológica, às vezes mãe solteira, procedente da Baixada
Fluminense, deixa as suas próprias crianças aos cuidados de parentes ou de
pessoas amigas a que remuneram pelos serviços; indo cuidar dos “filhos dos
bacanas”. Como é possível que uma mãe que se vê privada do contanto com seus
próprios filhos, como foram as escravas do século XIX, e é explorada como
escrava do presente século possa então cuidar bem de filhos das elites
escravagistas? Pessoas Humanas, as babás, que na maioria das vezes são vítimas
de todas as formas abusivas de violências, preconceitos, exclusões, opressões e
ainda atrocidades sociais de pesada crueldade. Como poderão transmitir valores
a crianças filhas das Nobiliarquias se a elas próprias são negados? A mamãe do
bairro do Jardim Botânico tinha razão. É imprescindível que as famílias da
Nobiliarquia Carioca adotem os seus filhos.
Àquela Aristocracia abominável que abandona
os próprios filhos aos entrelaçamentos das drogas, que submete jovens filhos de
trabalhadores ao narcotráfico, que rouba a infância de crianças e a maternidade
de mães pobres, que mata crianças com “balas perdidas” nos morros e favelas; fosse eu Vieira, o Padre, e lhe diria poucas
e boas.
Serrinha,
19/09/19
*PROFESSOR
DE LITERATURA BRASILEIRA NO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS –
CAMPUS XXII DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB. EM EUCLIDES DA CUNHA.
REFERÊNCIAS
AGUIAR,
Durval Vieira de . Descrições práticas da
Província da Bahia . 2. ed. Rio de Janeiro: Cátedra, 1979.
ECO, Umberto . Kant e o ornitorrinco . Rio de Janeiro: Record, 1998.
FOUCAULT,
Michel . Vigiar e punir: nascimento da
prisão . 11. ed. Petrópolis: Vozes, 1994.
GEERTZ, Clifford . O saber local: novos ensaios em antropologia interpretativa . 3.
ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
HEIDDGGER,
Martin . Ser e tempo . 7. ed.
Petrópolis: Vozes, 1998.
_____
. Microfísica do poder . Rio de
Janeiro: Graal, 1979.
VIEIRA, Padre Antonio . Sermões . v. IV. São Paulo: Editora das Américas,
1957.
Leave a Comment